CABO FRIO – HCE fecha e pacientes de Cabo Frio ficam sem socorro de emergência

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Cidade vive caos na saúde e nenhum serviço está sendo realizado. Funcionários da Saúde confirmam que unidade está totalmente fechada.

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Hospital de emergências segue de portas fechadas em Cabo Frio (Foto: Filipe Carbone/G1)

O Hospital Central de Emergências de Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio, está há cerca de 24h sem nenhum tipo de atendimento, com as portas fechadas. A informação foi confirmada na tarde desta quinta-feira (10) à reportagem por dois funcionários do Hospital São José Operário, que fica ao lado. Segundo um dos funcionários, pacientes em situação de emergência devem procurar atendimento em outras cidades.

Um funcionário denunciou que desde a tarde desta quarta o hospital está sem atendimento e o motivo é que os médicos do município estão sem salários.

“Eu também estou trabalhando sem salários. Passei ontem em frente durante a tarde e estava com portas fechadas”, denunciou uma pessoa que trabalha no local.

A reportagem procurou a Prefeitura de Cabo Frio para saber sobre a situação do atendimento no HCE, mas não recebeu resposta até a publicação desta matéria.

Cremerj diz que saúde em Cabo Frio está em situação crítica
Na última segunda-feira (7), o Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro divulgou uma nota classificando a situação da saúde de Cabo Frio como crítica. O Cremerj informou que fiscalizou recentemente os cinco hospitais da cidade e as duas UPAs e que foi constatado que elas “continuam sem condições adequadas de funcionamento”.

Segundo a instituição, entre os problemas estão déficit de recursos humanos, ausência de equipamentos e de materiais, problemas estruturais, superlotação e salários atrasados.

“A situação é muito preocupante em Cabo Frio. Todas as unidades apresentam problemas graves e semelhantes, o que coloca a saúde da população em risco e também as condições de trabalho dos médicos. Vamos continuar cobrando junto às autoridades uma medida urgente para todos os hospitais”, declarou o presidente do Cremerj, Pablo Vazquez.

O Cremerj listou alguns dos problemas encontrados nas unidades durante as fiscalizações:

Hospitais
No Hospital Municipal da Mulher: falta de profissionais; deficiências de equipamentos, materiais e medicamentos. No Hospital Municipal da Criança: déficit de recursos humanos; falta de medicamentos, insumos e aparelhagens; ausência de laboratório e ambulância próprios; leitos ociosos; condições de manutenção, limpeza, iluminação e refrigeração não satisfatórias.

No Hospital Central de Emergência (HCE): necessidade de transferência de pacientes que necessitam de cirurgião para Hospital São José Operário devido à falta do especialista; tomógrafo quebrado; atraso no diagnóstico dos doentes com aumento de casos de morbidade.

No São José Operário a equipe constatou déficit de diversas especialidades médicas, entre eles neurocirurgia, ortopedia, urologia e cirurgia geral; dez leitos inativos por falta de manutenção; instalações que não respeitam as normas sanitárias vigentes e falta de insumos básicos e medicações.

O Hospital Otime Cardoso de Santos, deteriorado durante uma manifestação, foi reaberto em julho mas ainda não funciona plenamente. Lá, o Cremerj informou que não há médicos ortopedistas e cirurgiões gerais na equipe de emergência; falta de maqueiros e ambulância usada apenas para o transporte de casos graves; equipamentos estão sem manutenção e as condições de higiene não adequadas. A unidade tem a capacidade total de 33 leitos, porém apenas 17 se encontram operantes.

UPAs
Nas Unidades de Pronto Atendimento, o Cremerj constatou que, duas UPAs do município, apenas uma está funcionando e em condições inadequadas.

“A UPA Tamoios tem condições estruturais precárias e a inoperância de grande parte dos equipamentos de ar condicionado, causando altas temperaturas na unidade. Também há déficit de medicamentos e equipamentos”.

G1 entrou em contato com a Prefeitura de Cabo Frio e aguarda um posicionamento sobre as denúncias feitas pelo Cremerj.

Fonte G1/Inter TV

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