CABO FRIO RECEBE III SIMPÓSIO DE RECUPERAÇÃO DESAFIOS E SOLUÇÕES

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Como a espiritualidade pode ajudar no tratamento dos transtorno aditivos?

 

Por Alessandra Diehl (palestrante do simpósio)
Vice -presidente da ABEAD

A espiritualidade é geralmente compreendida como um fator de proteção contra o início do uso de álcool e drogas, assim como na progressão para o uso deste consumo. Além disso, as organizações de ajuda mútua, como Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos, Pastoral da Sobriedade e tantas outras foram fundadas em princípios espirituais, e a confiança em um “poder superior” é um componente central dos 12 passos. Já existe uma certa evidência acumulada que o despertar espiritual pode predizer importantes melhoras em várias áreas da vida dos indivíduos dependentes químicos e principalmente em resultados positivos na diminuição do consumo e na manutenção da recuperação. Estudos mais recentes têm se concentrado em identificar quais são os mecanismos envolvidos neste processo de mudança de comportamento no trabalho realizado por estas organizações que utilizam práticas espirituais na manutenção da sobriedade.


Apesar disso, a espiritualidade não é comumente utilizada como uma ferramenta de fato dentro dos locais de tratamentos formais para as adições. Mas porque isto ainda ocorre ? Preconceito? Estigma ? Medo de se cai em ” charlatanismo? Ou poderia estar mais ligado a falta de preparo dos profissionais da saúde para lidar com questões espirituais e religiosas de seus pacientes ? Talvez esta seja a maior das barreiras para a real implementação de fato.
A boa notícia é que recentemente, a Associação de Psiquiatria Mundial (APA) aprovou uma Declaração de Posição sobre Espiritualidade e Religião em Psiquiatria, que foi uma consequência da crescente conscientização pública e acadêmica da relevância da espiritualidade e da religião para questões de saúde em geral, incluindo os transtornos mentais e as adições. Um grande número de estudos empíricos demonstrou que os valores, crenças e práticas relacionadas à religião/espiritualidade (R/E) permanecem relevantes para a maioria da população mundial e têm implicações significativas para a prevalência, diagnóstico, tratamento, resultados e prevenção, como bem como qualidade de vida e bem-estar destas pessoas. No entanto, poucas escolas de medicina ou áreas da saúde possuem dentro de seu currículo acadêmico treinamento formal para este profissionais afim de que possam para aprender sobre as evidências disponíveis, ou como abordar de forma adequada a religiosidade e a a espiritualidade na pesquisa e principalmente na prática clínica com seus pacientes sem medo de cometer iatrogenias ou desrespeitos. Os profissionais que trabalham com adição devem estar atentos ao significado da história pessoal dos paciente, sua tradição e preferências atuais em relação à religião e à espiritualidade. Bem como, parece cada vez mais importante que os tratamentos formais para adição venham de alguma forma contemplar em seus programas de atividades a valorização da espiritualidade , respeitando todas as frealigiões e promovendo assim a livre expressão de sua fé, com menos intolerância e menos receios/medos de não saber como fazer isto de forma a ser efetiva de fato.

Fonte – simposioderecuperacao.com.br


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