REGIÃO DOS LAGOS – Sem atendimento em Rio das Ostras, grávida dá à luz no carro em Casimiro

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Mulher teve bebê em frente a um posto da polícia rodoviária estadual. Segundo a PM, oito médicos foram autuados por omissão de socorro.

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Caso aconteceu no Hospital Municipal Doutora Naelma Monteiro de Rio das Ostras (Foto: Gabriel Sales/Divulgação Rio das Ostras)

Uma mulher de 24 anos teve o bebê dentro de um carro em frente ao posto da Polícia Rodoviária Estadual de Barra de São João, distrito de Casimiro de Abreu, RJ, depois de sair do Hospital Municipal Doutora Naelma Monteiro, em Rio das Ostras, sem atendimento. A criança nasceu nesta terça-feira (25).

Oito médicos foram autuados por omissão de socorro e o caso foi registrado na 128ª Delegacia de Polícia. De acordo com informações da da unidade de saúde e da Polícia Militar, que foi acionada logo após o parto, a mãe e o bebê passam bem.

A grávida, que estava acompanhada de um homem e uma mulher, entrou em trabalho de parto no banco traseiro do veículo que seguia de Rio das Ostras para Casimiro de Abreu. Ela teve o bebê quando o carro passavam em frente ao Posto 5 da polícia. Os policiais que acompanharam o nascimento da criança, conduziram a mãe e o filho de volta para o Hospital Doutora Naelma Monteiro.

Foi quando tomaram conhecimento de que a mulher tinha comparecido à unidade, mas teve o atendimento negado anteriormente, sendo apenas foi conduzida ao Pronto Socorro da cidade e medicada por conta das dores. Com a presença dos policiais, a mãe e o bebê conseguiram o atendimento.

Porém, diante da demora para o atendimento e ciente da omissão de socorro anterior, os agentes solicitaram à direção do hospital a escala de médicos de plantão. Segundo a PM, apenas seis dos oito médicos previstos para o dia estavam na unidade.

Os policiais, então, encaminharam o supervisor administrativo da unidade junto com as duas pessoas que acompanhavam a mulher que deu à luz para a 128ª DP, para que o registro de ocorrência por omissão de socorro contra os oito médicos fosse registrado. De acordo com a Polícia Civil, após o registro, o supervisor administrativo foi liberado.

A reportagem procurou o Conselho Regional de Medicina para saber quais medidas serão tomadas em relação aos médicos, mas ainda não teve resposta.

Unidade nega omissão de socorro
Em nota divulgada nesta quarta-feira (26), a Prefeitura de Rio das Ostras, responsável pelo Hospital Municipal Doutora Naelma Monteiro, confirmou que os médicos foram autuados, mas negou a omissão de socorro. Segundo o comunicado, a paciente é moradora de Tamoios, em Cabo Frio, e buscou o hospital local por volta 17h30, onde foi orientada a se dirigir à maternidade de Rio das Ostras e não à maternidade da cidade.

Segundo o município, a paciente só buscou o Hospital de Rio das Ostras quase cinco horas depois, às 22h de terça-feira, mas, naquele momento, a obstetra de plantão havia tido um pico hipertensivo e a unidade foi obrigada a suspender momentaneamente o serviço de emergência obstetrícia. Assim sendo, segundo a nota, a paciente foi encaminhada ao Hospital de Macaé.

Porém, segundo o município, por decisão própria, a paciente resolveu não se dirigir a Macaé, como foi orientada, e buscou o Pronto-Socorro de Rio das Ostras (que não possui serviço de emergência obstétrica).

De acordo com a nota, ela foi atendida por um clínico, que verificou que a paciente não estava em trabalho de parto naquele momento por não haver contração nem perda de líquido. 

Por volta de 3h da manhã desta quarta-feira a paciente foi levada para o Hospital Municipal de Rio das Ostras após dar à luz no carro particular da família. A paciente e a criança foram atendidas e internadas na unidade e passam bem.

Segundo a nota, a equipe técnica tomou ‘a decisão certa’ ao encaminhar a paciente ao serviço especializado de obstetrícia em Macaé – uma vez que não havia possibilidade de atendimento na unidade de Rio das Ostras naquele momento.

De acordo com o comunicado, não foi solicitado atendimento aos demais médicos que estavam na unidade por não serem obstetras, e desta forma não estariam capacitados para a realização do parto. O município ainda tratou como abusiva a atitude dos policiais pela autuação dos médicos.

Fonte G1/Inter TV

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