Acidente na terça (26) aconteceu em Saquarema; piloto está desaparecido. Prazo para conclusão é de 60 dias; mar agitado reduziu efetivo de buscas.
A Marinha do Brasil abriu um Inquérito Policial Militar nesta quarta-feira (27) para apurar as causas do choque entre dois caças no ar na Região dos Lagos do Rio durante um treinamento padrão de ataque a alvos de superfície. O prazo de conclusão é de até 60 dias. O piloto de uma das aeronaves, que caiu no mar no litoral de Saquarema na terça, está desaparecido. A previsão de ressaca fez com que a equipe de buscas fosse reduzida na manhã desta quinta-feira.
Buscas nesta quinta
O Corpo de Bombeiros, que também participa das buscas, informou por volta das 10h desta quinta que os botes e jet-skis usados precisaram ser retirados da água por conta do mar agitado e da previsão de ressaca. A Marinha conta desde a tarde desta quarta com o auxílio de um navio-sonda. Também estão sendo empregados equipes e estrutura do Exército Brasileiro e da Força Aérea Brasileira.
Segundo a Marinha, o piloto acionou a ejeção da aeronave por volta das 14h30 de terça. No entanto, a corporação não confirma que ele tenha conseguido sair da aeronave.
A assessoria de imprensa da corporação também explicou que a localização das buscas muda de acordo com as condições da corrente, da maré e outros fatores, como o vento. Os estudos são feitos simultaneamente às buscas para ampliar ou concentrar o raio de ação. Disse ainda que o procedimento é padrão e é reavaliado a todo momento.
Na nota divulgada na manhã desta quinta-feira, a Marinha esclarece que o treinamento que era feito no momento do acidente não tinha relações com os Jogos Olímpicos, como chegou a ser divulgado pela imprensa de todo o Brasil.
“A Marinha do Brasil, em complemento às Notas publicadas anteriormente, informa que as buscas ao piloto da aeronave AF-1B, desaparecido no mar desde terça-feira (26), prosseguem de forma ininterrupta e, até o início desta manhã (28), nada foi encontrado.
Cabe esclarecer que o exercício operativo que estava sendo realizado e as aeronaves envolvidas não tinham conexão com a segurança dos Jogos Olímpicos 2016.
Um Inquérito Policial Militar (IPM) foi instaurado ontem (27) para apurar as circunstâncias do acidente envolvendo as duas aeronaves AF-1B Skyhawk, de matrículas nº 1001 e 1011. Uma Comissão de Investigação de Acidentes Aeronáuticos (ComInvAAer) também foi estabelecida, ainda no dia 26, com o objetivo de identificar os fatores que contribuíram para o acidente e visando prevenir novas ocorrências.”
Navio-sonda ajuda nas buscas
O Navio de Pesquisa Hidroceanográfico “Vital de Oliveira”, da Marinha do Brasil, chegou na tarde desta quarta ao litoral de Saquarema. Ele tem 78 metros de comprimento, possui 5 laboratórios e tem capacidade para 130 pessoas.
A assessoria da Marinha disse por telefone que não se pronuncia sobre a possibilidade do piloto ter ficado preso à cabine “por se tratar de uma hipótese”. Testemunhas disseram à reportagem que acompanharam a queda do avião, mas que não viram o piloto se ejetando.
“Nós escutamos um barulho, nós já vimos o avião ‘imbicar’. (Sobre a ejeção do piloto) Não vimos nada, foi uma coisa muito de repente”, disse a professora Sonia Trocato.
O acidente
Segundo a Marinha, dois caças bateram durante um treinamento padrão de ataque a alvos de superfície. Uma fragata participava do treinamento, a cerca de 100 Km do litoral. A aeronave que caiu no mar é do modelo AF-1 Skyhawk da Marinha do Brasil. O outro caça envolvido na batida, do mesmo modelo, voltou com segurança para a Base Aérea Naval de São Pedro da Aldeia, de onde ambos haviam saído.
Os aviões AF-1 Skyhawk foram comprados pelo Brasil do Kuwait, depois da Guerra do Golfo, e participaram de missões de combate da Operação Tempestade no Deserto no início de 1991. A Marinha do Brasil possui 23 exemplares do Skyhawk da versão A-4KU.
O projeto de modernização das aeronaves incluiu o uso de equipamentos de ponta desenvolvidos com tecnologia brasileira.
Fonte G1/Inter TV