Hospital Regional atende a Região dos Lagos e tem cerca de 100 leitos. Segundo denúncias, falta de pagamento está impossibilitando atendimento.
Funcionários do Hospital Estadual Roberto Chabo, que fica em Araruama, na Região dos Lagos do Rio, denunciaram o atraso de salários e a dificuldade no atendimento de pacientes na unidade que, segundo eles, corre risco de ter os serviços paralisados. O hospital é referência no atendimento de alta e média complexidade em cidades da região, com cerca de 100 leitos e uma equipe com 650 pessoas.
A denúncia de um funcionário que preferiu não se identificar foi recebida no e-mail da produção do RJ Inter TV. Segundo a informação, os médicos estão sem receber salários desde o mês de abril e outros funcionários, como enfermeiros e técnicos, estão sem previsão de pagamento. Na mensagem o funcionário também falou de atraso com fornecedores e, consequentemente, da falta de materiais básicos na unidade.
“Os ambulatórios e os procedimentos efetivos foram suspensos. Desde primeiro de junho. Houve a comunicação com a Secretaria Estadual de Saúde, ao Cremerj, sem os salários seriam suspensos atendimentos eletivos e ambulatoriais. Ficaremos sem equipes e até atendimentos de urgência e emergência podem ser comprometidos. Algumas equipes já estão notificando o encerramento total de suas atividades de alta e média complexidades”, contou um funcionário que não quis se identificar.
Representantes da organização social que administra o hospital informaram que uma parte dos profissionais é contratada pelo sistema de pessoa jurídica como prestador de serviços e outra, com carteira de trabalho assinada, pela organização social.
Segundo funcionários, a organização administradora recebe mais de R$ 6 milhões do Governo do Estado por mês. Na última segunda-feira (6), um edital abertura de um processo seletivo foi publicado para cargos em vários especialidades, com salários de até R$ 2.680. As inscrições vão do dia 13 ao dia 15 de junho. Os representantes da O.S. não souberam informar como será feito o pagamento desses aprovados no concurso.
“A gente sabe que a situação do estado é muito delicada. A gente entende a crise estadual. A gente entende que a secretaria até hoje se mostrou disposta a honrar os compromissos, mas as coisas estão ficando bem difíceis para o atendimento da população”, finalizou o funcionário do hospital.
A Secretaria de Estado de Saúde informou que sofreu redução de 30% do orçamento total e que está trabalhando junto à Secretaria de Fazenda para regularizar os repasses à organização social que administra o hospital. A secretaria pediu desculpas aos funcionários da unidade e ressaltou que tem solicitado à empresa que priorize o pagamento dos salários.
A organização social Instituto Sócrates Guanaes, que administra o hospital, confirmou que não houve o repasse e disse que está em negociação com o estado e que, assim que for feito, a prioridade é o pagamento dos funcionários.
Fonte G1/Inter TV