Convívio social ou tecnológico?
Por Wagner Muniz
Os adolescentes brasileiros passam cada vez mais tempo hipnotizados pelos seus dispositivos móveis, aparelhos eletrônicos, midiáticos e tecnologias. Uma pesquisa realizada pela Amdocs em dez países aponta que os jovens entre 15 e 18 anos do país não desgrudam do celular: 64% costumam checar as redes sociais assim que acordam.
“O brasileiro é um povo que gosta muito de novidade. Hoje, os jovens têm mais opções, já que existem várias plataformas diferentes. A gente vê um movimento de crescimento, que só tem aumentado”, afirma Kan Wakabayashi, diretor da Amdocs Brasil.
Uma prática muito comum dentre os jovens e pessoas de diversas idades é que, na maioria das vezes deixamos de viver e priorizar o momento para ficarmos conectados: postando ou editando selfies no Instagram, checando o Facebook, narrando o dia a dia no Twitter, fazendo publicações humoradas no Snapchat ou simplesmente assistindo vídeos no YouTube ou séries na Netflix. Contudo, a problemática da questão é, quando isso deixa de ser diversão e torna-se fissura, vício ou dependência. Tais excessos podem provocar crises de ansiedade e colocar a saúde mental em risco, temos de saber o momento no qual devemos reduzir o acesso às plataformas midiáticas, de forma que, isso não comprometa o convívio e a socialização com as pessoas que nos cercam.
A “vida perfeita” compartilhada nas redes sociais faz com que os jovens desenvolvam expectativas irreais sobre suas próprias vivências. Não à toa, esse perfeccionismo atrelado à baixa autoestima pode desencadear sérios problemas de ansiedade. As redes sociais são mais viciantes do que álcool e cigarro – é o que diz a pesquisa realizada pela instituição de saúde pública do Reino Unido, Royal Society for Public Health, em parceria com o Movimento de Saúde Jovem. E, dentre elas, o Instagram foi avaliado como a mais prejudicial à mente dos jovens.
Relacionar-se com outras pessoas é uma necessidade constante para o bem-estar psíquico e também físico. É mais do que comprovado o poder de influência de comportamentos e exemplos durante a formação de uma criança e adolescente. Todo o círculo social em volta desses jovens acaba servindo de referência para as ações em seu dia a dia. Nem sempre as campanhas de conscientização conseguem impactar e reverter na prática esse contexto. É quando se faz necessário o reforço nos ambientes escolares e familiares para instruir e acompanhar os jovens no seu desenvolvimento como cidadão.
Por fim, cabe enfatizar que, tão importante quanto o convívio familiar, o convívio social colabora ao desenvolvimento saudável do adolescente, sobretudo por ser a fase da adolescência o período no qual que os jovens começam a ampliar suas relações sociais, a compartilhar experiências e a participar mais ativamente da vida em sociedade. Inclusive, a convivência social e em comunidade configura-se legalmente entre os direitos garantidos e previstos ao público infanto-juvenil pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pois é considerado indispensável à construção de seus aspectos pessoais e cidadãos.
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