SÃO PEDRO DA ALDEIA – RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA DE SÃO PEDRO DA ALDEIA CELEBRA DIA DA LUTA ANTIMANICOMIAL

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Os moradores da residência terapêutica de São Pedro da Aldeia tiveram uma manhã especial nesta sexta-feira (18). A Prefeitura aldeense, por meio da Secretaria de Saúde e do Programa Municipal de Saúde Mental, promoveu um café da manhã em comemoração ao Dia da Luta Antimanicomial, celebrado no calendário nacional em 18 de maio. O evento reuniu moradores e profissionais do dispositivo, comunidade e autoridades municipais. A residência terapêutica é uma casa destinada ao acolhimento de moradores que passaram por um longo período de internação psiquiátrica.

A diretora do Programa Municipal de Saúde Mental, Rosemary Calazans Cypriano, falou sobre o trabalho realizado. “Fico muito feliz do Programa de Saúde Mental de São Pedro da Aldeia poder sustentar esse serviço, que não é fácil. Costumo dizer que o trabalho da residência terapêutica é um dos mais difíceis da rede de saúde mental, mas é possível e eu acredito nele. A coordenadora do dispositivo, Renata, com toda força, empenho e dedicação, sustenta esse trabalho de desinstitucionalização há mais de cinco anos”, destacou.

Cerca de 50 pessoas prestigiaram o evento. Na ocasião, foi realizada uma roda de conversa com os participantes para explanação acerca do objetivo do encontro, esclarecimentos a respeito do serviço oferecido e detalhes do dia a dia da residência. A programação promoveu ainda um trabalho de conscientização sobre a residência terapêutica, onde os moradores e a equipe que compõe a casa deram seus depoimentos.

De acordo com a coordenadora técnica do Serviço de Residência Terapêutica, Renata Nogueira Antum Gomes, a iniciativa buscou promover a luta antimanicomial, que é ética e política. “Para comemorar o Dia da Luta Antimanicomial pensamos em promover um café da manhã que trouxesse não só a comunidade, mas também as autoridades do município, para aproximar e apresentar a lógica da desinstitucionalização. O objetivo é que as pessoas possam vir, conhecer o serviço e os moradores, para que eles estejam cada vez mais inseridos na sociedade. Nossos moradores viviam asilados e exilados em hospitais, sempre distante do convívio social. A lógica antimanicomial visa possibilitar que o sujeito que tem um transtorno mental seja inserido na comunidade e circule pelo território livremente”, declarou.

A casa principal da residência terapêutica aldeense conta com dois quartos, banheiro e cozinha. Na área externa, há ainda um anexo com mais dois quartos, outro banheiro, lavanderia e uma garagem. A equipe conta com sete cuidadores, que se alternam em plantões, uma técnica de enfermagem diarista e uma cuidadora de território, que acompanha aqueles que não têm muita autonomia em atividades externas. Atualmente, o dispositivo acolhe oito moradores, retirados do Hospital Colônia de Rio Bonito e da Clínica Ego de Repouso.

Um dos acolhidos na residência terapêutica, Antônio Carlos Oliveira Lorenzo falou sobre o convívio no local. “Eu gosto muito de morar aqui, os cuidadores me tratam muito bem, todos tratam. Adoro a equipe, a gente passeia, às vezes vou ao banco”, comentou o morador de 47 anos, que, atualmente, está cursando a Educação de Jovens e Adultos (EJA) na Escola Municipalizada José Guimarães, no bairro Porto da Aldeia.

A Coordenação do dispositivo realiza uma reunião semanal com os moradores, para discutir questões e os acontecimentos da semana. Além das regras que surgem nas reuniões, também é realizado um trabalho de contextualização que procura inserir noções que foram perdidas com a internação de cada pessoa. São Pedro da Aldeia foi o primeiro município da Baixada Litorânea a montar uma residência terapêutica. Com o trabalho realizado pelos profissionais no local, os moradores readquiriram o direito de ir e vir, antes perdido pela exclusão do convívio social.

O Serviço de Residência Terapêutica é uma portaria do Ministério da Saúde. Também prestigiaram o evento antigos funcionários da casa, representantes da Secretaria de Saúde, a presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Luciana Oliveira, e os vereadores Ediel Teles, Cláudia Gregório e Beatriz Leite.

Fonte ASCOM/PMSPA

Por Gabrielly Costa


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