SAÚDE – Estudo detalha lesões no cérebro de bebês com microcefalia ligada à zika

CIDADES REGIÃO DOS LAGOS

Grupo tenta distinguir microcefalia ligada à zika da ligada a outras infecções. Pesquisa brasileira foi publicada na revista ‘British Medical Journal’.

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Exame de imagem revela danos cerebrais de bebês com microcefalia (Foto: BMJ 2015/ http://www.bmj.com/cgi/doi/10.1136/bmj.i1901 )

Um estudo brasileiro publicado na revista “British Medical Journal” nesta quarta-feira (13) detalhou os tipos de problemas presentes no cérebro de bebês com microcefalia relacionada à zika. Este é o primeiro estudo que faz uma tentativa de distinguir as características cerebrais de bebês com microcefalia ligada à zika daquelas observadas em bebês com microcefalia devido a outras infecções.

A pesquisa concluiu que a microcefalia ligada à zika apresenta, em geral, danos cerebrais extremamente severos, com poucas chances de um bom desenvolvimento das funções neurológicas. Uma característica que parece ser específica da microcefalia por zika é a calcificação em uma região determinada: entre a substância branca cortical e subcortical do cérebro.

A hipótese dos autores é que o vírus da zika destrói células cerebrais e forma lesões parecidas com cicatrizes, onde há depósito de cálcio.

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores – vinculados à Faculdade Maurício de Nassau, AACD do Recife, Universidade de Pernambuco, Universidade Federal de Pernambuco e Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira – avaliaram 23 bebês com diagnóstico de microcefalia provavelmente associada ao vírus da zika.

 Imagem mostra exame de imagem de bebês com microcefalia, que revelam calcificações e malformação cortical  (Foto: BMJ 2015/ http://www.bmj.com/cgi/doi/10.1136/bmj.i1901 )
Exame de imagem de bebês com microcefalia, que revelam calcificações e malformação cortical (Foto: BMJ 2015/ http://www.bmj.com/cgi/doi/10.1136/bmj.i1901 )

As crianças nasceram em Pernambuco entre julho e dezembro de 2015. Desse grupo, 15 passaram por tomografia computadorizada, 7 passaram tanto por tomografia quanto por ressonância magnética e um passou apenas pela ressonância.

Apenas seis tiveram testes positivos para o anticorpo relacionado ao vírus da zika, mas exames descartaram outras possíveis causas de microcefalia como toxoplasmose, citomegalovirus, rubéola, sífilis e HIV.

Segundo os autores, o estudo apresenta a maior e mais detalhada série de achados de neuroimagem em crianças com microcefalia provavelmente ligada ao vírus da zika.

Entre os médicos que têm atendido pacientes com microcefalia desde que o número de casos começou a aumentar, já havia uma percepção de que esses casos de microcefalia eram distintos daqueles provocados por outros vírus, porém isso ainda não tinha sido descrito em uma publicação científica.

Fonte Do G1, em São Paulo


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