Se surgirem dúvidas, procure o fonoaudiólogo.
Normalmente, o desenvolvimento da criança acontece assim:
1 a 3 meses: Consegue prestar atenção aos sons e se acalma com a voz da mãe. Faz alguns sons, dá gargalhada. Observa o rosto, sorri quando alguém fala com ele.
4 a 6 meses: Começa a procurar de onde vem o som. Grita, faz alguns sons como se estivesse conversando e imita sua voz. Os pais devem começar a estimular com modulações vocais, historinhas ou músicas, e chamar a criança pelo nome.
7 a 11 meses: O bebê já consegue localizar de qual lado vem o som. Emite alguns sons, repete palavras. Bate palmas, aponta o que quer, dá tchau.
12 meses: Nesta idade, a criança começa a falar as primeiras palavras e imitar a ação de outra pessoa. É importante deixar a criança falar, não insista em corrigir as palavras: olhe nos olhos e simplesmente fale com ela. Os pais deverão explorar os gestos e a linguagem corporal.
18 meses: A criança já pede as coisas usando palavras e já consegue falar cerca de 20 delas. É comum que os pais e familiares achem bonitinho a criança falando errado, mas não invista nisso e dê o modelo correto da articulação e pronúncia das palavras. Use entonação vocal com bastante variedade, colocando emoção e sentimento no discurso com seu filho.
2 anos: A criança já consegue dizer frases curtas e já sabe falar cerca de 200 palavras. Invista em momentos de histórias e incentive a intenção comunicativa do seu filho.
3 anos: É possível entender tudo o que ele fala, mas às vezes ele conjuga os verbos errado. Uns falam mais baixinho, de maneira dengosa, outros já querem falar imitando as vozes dos personagens infantis. Nessa fase existem grandes variações de entonação vocal e de velocidade de fala, além de momentos de grande ansiedade para falar. Nesta fase pode acontecer uma excitação na fala chamada de gagueira fisiológica, que é passageira. Os pais e familiares devem dar atenção ao conteúdo da linguagem da criança, ouvir com atenção e não forçar a correção. Devem estar presentes e dar segurança para o desenvolvimento interpessoal da criança. Já nesta fase pode haver necessidade de orientação fonoaudiológica.
4 anos: Inventa histórias e compreende regras de jogos simples. Não são raras as trocas de letras em palavras como: morango = moiango; Bruna = Buna; blusa = brusa; carro = taio; papagaio = tapacaio; dragão = dacão. É uma fase de muitas dúvidas quanto à fala e linguagem. Algumas dificuldades na fala podem ser provenientes de alterações no frênulo lingual, perdas auditivas condutivas ou falta de modelo articulatório. Os pais, familiares e escola devem incentivar o desenvolvimento correto da fala. A consulta e orientação com o fonoaudiólogo é bem-vinda e importante para avaliação, orientação e acompanhamento, quando necessário.
5 anos: Forma frases completas, fala corretamente. Algumas crianças já iniciam o processo de escrita. Diferenciam na fala e na escrita as letras auditivamente semelhantes: vaca = faca; bola = póla; dedo = teto; gato = cato.
6 anos: Aprende a ler e a escrever. Caso a criança fale com trocas de letras, poderá levar estas trocas para a escrita, dificultando o processo de alfabetização. Também nessa idade os pais devem ficar atentos com a voz da criança. O esforço vocal, com gritos e imitações de vozes, durante as atividades de esporte, música e nas brincadeiras, podem favorecer o desenvolvimento de nódulos nas cordas vocais. A terapia fonoaudiológica é indicada para trabalhar conscientização e saúde vocal das crianças e exercícios para reabsorção nodular e, consequentemente, uma voz natural e sem esforço.
O desenvolvimento da linguagem oral começa quando o bebe nasce. O afeto e o carinho fazem parte do aspecto psicoemocional e social para o desenvolvimento do bebê. Cabe aos pais proporcionar segurança e bem-estar no processo de desenvolvimento da comunicação.
Fonte Boone, Daniel & Plante, Elena. Comunicação humana e seus distúrbios. Ed Artes Médicas. 1994; Bee, Helen.