Novo Conselho Municipal de Cultura é eleito em São Pedro da Aldeia

Composição do órgão colegiado foi formalizada durante a última noite da 4ª Conferência Municipal de Cultura

O Conselho Municipal de Política Cultural foi oficialmente retomado em São Pedro da Aldeia com novos nomes eleitos. A nova composição do órgão colegiado foi formalizada durante a programação da 4ª Conferência Municipal de Cultura, no Teatro Municipal Dr. Átila Costa. A última noite da conferência, convocada pela Secretaria Municipal de Cultura, também foi marcada pela aprovação da primeira revisão do Plano Municipal de Cultura e a eleição dos cinco delegados que representarão o município na 5ª Conferência Estadual de Cultura, prevista para acontecer em outubro.

Fotos: Juan Carlos Sampaio/Thiago Ruivaco/Divulgação SEMUC PMSPA

A organização da 4ª CMC ficou sob a responsabilidade de uma Comissão, composta paritariamente por representantes da gestão pública e da sociedade civil, com representação da classe artística, da Câmara de Vereadores e da 48ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Pedro da Aldeia. Pela sociedade civil estiveram presentes conduzindo as atividades as artistas Rosângela Guimarães e Giovanna Villas Bôas Mennella, e o advogado João Lucas Dias (OAB). Pela Secretaria Municipal de Cultura, participaram a assessora de políticas culturais Cleise Campos, a assessora de Cultura, Josephane Lima, a diretora municipal de Cultura, Giselle Lima, e o assessor administrativo Augusto Azevedo.

O secretário municipal de Cultura, Thiago Marques, comemorou o sucesso da 4ª Conferência Municipal de Cultura (CMC), que reuniu representantes da sociedade civil e do poder público com o objetivo de promover a participação democrática na formulação de políticas culturais. “Vivemos um momento muito especial para a Cultura de São Pedro da Aldeia. Foram três dias de Conferência, onde debatemos e tivemos várias propostas para os seis eixos do nosso Plano Municipal de Cultura, com a participação de artistas e agentes culturais de todos os segmentos. Conseguimos também a adesão para as conferências Estadual e Nacional de Cultura, e concluímos a eleição para as cadeiras dos segmentos artísticos do nosso Conselho Municipal de Política Cultura. Fico muito feliz com o resultado do evento e estou ansioso para que agora nós possamos seguir trabalhando juntos com o Conselho em busca do melhor para o setor cultural aldeense”, disse.

Na penúltima noite do evento, os participantes devidamente credenciados como candidatos, eleitores ou observadores participaram das discussões e puderam apresentar suas propostas finais para a primeira revisão do Plano Municipal de Cultura (PMC) – um documento norteador das políticas e ações culturais do município. Divididos em seis grupos de trabalho, os debates giraram em torno dos seis eixos temáticos que compõem o Plano: Cultura e Cidadania; Cultura, diversidade, patrimônio e memória; Cultura, educação, juventude e idoso; Cultura e desenvolvimento sustentável; Gestão cultural e Financiamento da cultura. Após a etapa de conclusão da revisão do PMC e com a devida aprovação pela plenária, o texto será apreciado pelo Conselho Municipal de Política Cultural eleito, para inclusão das ações e a finalização do documento.

Devido à adesão do município ao calendário da Conferência Nacional, a programação da última noite incluiu ainda a discussão dos eixos temáticos da etapa nacional e a eleição, por votação aberta da plenária, de delegados que representarão a cidade na 5ª Conferência Estadual de Cultura do Rio de Janeiro. Os representantes titulares eleitos da sociedade civil foram: Elson Carvalho, Andrea Tinoco, Roberto Santos, Flávio Villanova e Adriana Amarante.

Líder comunitário quilombola, nascido e criado em Botafogo, na zona rural do município, Roberto dos Santos, conhecido como Robertão, falou sobre a missão assumida na Delegação para a 5° Conferência Estadual de Cultura do Rio de Janeiro. “Estar nessa delegação representa uma grande vitória não só para mim, mas para toda a nossa comunidade de Botafogo. Desse grupo, eu sou o único representante quilombola e vou representar, com muito orgulho, a minha comunidade e o município de São Pedro da Aldeia. Vou lutar para que todos saibam que a nossa cidade tem tradição, tem remanescentes de quilombo e que nós temos direitos conquistados. Saio daqui muito feliz por ter sido escolhido e por ver, dentro dessa Conferência Municipal, a democracia e a soberania do povo. Como delegado, eu garanto lutar sempre pelo bem-estar do meu povo e em honra à memória dos nossos ancestrais, que muito sofreram e que não conseguiram chegar onde estamos hoje”, destacou.

Eleição do Conselho Municipal de Política Cultural

A eleição do Conselho Municipal de Política Cultural (CMPC) foi outro destaque da programação da quinta-feira (13/07). Antes do momento da votação secreta, os candidatos das nove cadeiras da sociedade civil foram convidados a se apresentar no palco. A proclamação dos nomes eleitos foi feita pelo secretário municipal de Cultura, logo após a contagem dos votos em cada uma das nove urnas. Todo o processo eleitoral contou com o acompanhamento conjunto de fiscais observadores da sociedade civil e da gestão pública.

Pela sociedade civil foram eleitos: Gabriella Chaffin e Carolina Lira (titular e suplente da cadeira de Artes Cênicas – Teatro, Circo, Dança e Performance); Diego Feliciano e Felipe Paço (titular e suplente da cadeira de Música); Rogério Veiga e José Luiz Soares (titular e suplente da cadeira de Literatura); Guimar Pereira e Gisele Rangel (titular e suplente da cadeira de artesanato e saberes populares); Flavio Campos Villanova e Nelson Yabeta (titular e suplente da cadeira de Audiovisual, Artes Visuais e Cultura Digital); Marlúcia Soares e Vanessa Dias (titular e suplente da cadeira de Patrimônio Material e Imaterial); Joseane Cristina Rabello e Elson Carvalho (titular e suplente da cadeira de Cultura Indígena e Afro-Brasileira); Roberto dos Santos e Willian Santos (titular e suplente da cadeira Quilombola); e Michael Silva Garcia (titular da cadeira de Cultura LGBTQIA+ e Culturas Inclusivas). O próximo passo será a nomeação em decreto do prefeito com os nomes eleitos da sociedade civil e os nomes da gestão pública, indicados pelo governo municipal e apresentados à plenária.

Conselheira titular da cadeira de Artes Cênicas, a atriz e agente cultural Gabriella Chaffin celebrou o momento. “O controle social promovido pelo Conselho é fundamental. É muito importante que a sociedade civil esteja atuante não somente para cobrar e fiscalizar, mas também para propor coisas novas e trabalhar em conjunto com a gestão. A gente tem hoje uma gestão pública que funciona muito bem e que, inclusive, estimula essa nossa participação social. Ser conselheira é uma baita responsabilidade e espero poder contribuir em todas as áreas agregadas a essa cadeira, ter uma escuta qualificada, entender as demandas e ver a nossa Cultura brilhar ainda mais. Estou saindo muito feliz em ver esse trabalho de excelência da Comissão e da Secretaria na condução desse processo, de uma forma democrática, com muita clareza e da forma mais ampliada possível para alcançar os artistas de diferentes segmentos. Cada etapa da conferência foi um aprendizado muito grande para todos nós, nas concordâncias e nas divergências. Crescemos como cidadãos e como agentes culturais”, finalizou.

O encerramento da conferência contou, ainda, com a apresentação de um relatório de ações da Secretaria Municipal de Cultura, conduzida pelo secretário Thiago. Na oportunidade, os participantes puderam conhecer os principais avanços, projetos, eventos e ações colocadas em prática pela atual gestão, como a entrega da obra de conservação da Casa da Flor, o lançamento de novos editais de fomento cultural, a criação de equipamentos culturais inéditos, como o Ballet Municipal, a Companhia de Teatro e a Orquestra Sons da Aldeia, e a reinauguração do Teatro Municipal, entre outros.

A programação de abertura das duas últimas noites também incluiu apresentações culturais de artistas contemplados pelo Edital de Chamamento Público nº 01/2023, lançado da SEMUC: a dançarina Pris Valente, com uma performance de danças orientais misturando dança do ventre, dança folclórica e samba, e o coletivo cultural Vadeia Aldeia, que trouxe para o palco a cultura popular do jongo e suas linguagens, combinando dança, música e tradições ancestrais africanas.