Promotor de justiça e comandante da PM participaram de coletiva. ‘Operação Constantino’ aconteceu nesta quinta na Região dos Lagos.
Uma coletiva de imprensa sobre a “Operação Constantino” foi realizada na tarde desta quinta-feira (22) para atualizar as informações sobre a ação que ocorreu ao longo do na Região dos Lagos. O promotor de justiça, Marcelo Arsênio, e o comandante do 25º batalhão da PM em Cabo Frio, tenente-coronel Ruy França, falaram sobre o uso de celulares de dentro da prisão para ordenar atividades do tráfico na região. De acordo com o promotor, a transferência de Cadu Playboy e dos outros presos envolvidos já está sendo discutida.
As investigações que levaram à operação começaram em outubro de 2014, por meio de interceptações de ligações telefônicas. O bando investigado era integrado à uma facção criminosa e liderado pelo denunciado Carlos Eduardo Rocha Freire Barboza, conhecido como “Cadu Playboy”.
Foi a partir das informações coletadas que os agentes concluíram que presos estavam atuando de dentro da prisão para chefiar ações do tráfico nas cidades do Rio de Janeiro, Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia e Cabo Frio, mais precisamente nas localidades Boca do Mato, Rainha da Sucata, Estradinha, Monte Alegre, Fazenda e Palmeiras e em municípios vizinhos da Região dos Lagos.
De acordo com o promotor de justiça, os agentes conseguiram identificar ordens de prática de crimes de homicídio nas ligações feitas de dentro da prisão.
“A gente ouviu nas ligações que alguém seria morto. Havia uma referência à um local e a gente tentou impedir que isso acontecesse mas essa pessoa teve a vida ceifada. E esse fato foi comentado pela organização criminosa posteriormente, comprovando que realmente era a vítima desejada”, explicou Marcelo Arsênio.
Com essas evidências, Marcelo Arsênio explicou a possibilidade de transferência dos presos. “Existe a hipótese de transferência para presídios de segurança máxima no Rio de Janeiro e, quem sabe, de uma transferência para presídio federal”, afirmou, ressaltando que, na prisão federal, os envolvidos teriam a liderança enfraquecida.
Em nota, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária informou que colaborou com a ação desta quinta e que abriu um sindicância pra apurar os fatos dos celulares dentro dos presídios.
Violência na Região dos Lagos
A violência nas cidades de atuação do batalhão também foi tratada na coletiva. O tenente coronel Rui França falou sobre a ampliação do efetivo.
“Hoje a gente tem o nosso efetivo combatendo essas diversas demandas de uma maneira bastante significativa. O resultado da produção do nosso trabalho é muito expressivo. A pauta do novo batalhão de Araruama já entrou em análise e já há um projeto nesse sentido”, afirmou o comandante.
Balanço da operação
De acordo com a Polícia Militar, no fim da tarde, o balanço da Operação Constantino foi de nove presos e sete apreendidos, 22 mandados de prisão cumpridos dentro de presídios.
Foram apreendido 656 pinos/papelotes de cocaína, 323 trouxinhas de maconha, 25 pedras de crack, uma balança de precisão, 48 chips de telefonia, sete fones de ouvido, dois cartões de memórias, 82 celulares, quatro notebooks, dois pendrives, duas máquinas fotográficas, 14 cadernos com anotações, uma moto, 33 aparelhos de TV a cabo, uma máquina de cartão de crédito, 11 controles remoto, um teclado de notebook, 20 fontes além de R$ 4.793,00 em espécie.
Fonte G1/Inter TV